sábado, outubro 10, 2015

Dos reinados



Hoje, em meio à minha espera no ponto de ônibus, um homem de meia idade me encarou sorrindo e cantando "uma pirueta, duas piruetas, bravo, bravo", como se estivesse num espetáculo circense. Eu sorri de volta e o segui com o olhar. Ele atravessou a rua correndo em frente aos carros em movimento em pleno meio dia na avenida Getúlio Vargas. O rapaz ao meu lado comentou com uma moça "depois morre e não sabe o porquê, esses loucos, hum, eu não sei não...". Como se não bastasse, no alto da sua prepotência, iniciou uma conversa sobre pessoas aptas a alfabetizar outras e disse "eu, que tenho mais estudo, sei que tenho competência para ensinar, não sou qualquer um". O "moço das piruetas" já corria serelepe no outro lado da avenida e eu só conseguia me lembrar do rei chatíssimo do Pequeno Príncipe, que estava ocupado demais governando pra ninguém. Como são chatos e tolos os reis de nada do cotidiano.

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